Cuidado com o comportamento do sapo fervido

A metáfora do sapo fervido: está a adaptar-se… ou a adoecer?

Já ouviu falar da metáfora do sapo fervido? Conta-se que, se colocarmos um sapo numa panela com água a ferver, ele salta imediatamente para se proteger. Mas se o colocarmos numa panela com água fria e formos aquecendo lentamente, ele adapta-se à temperatura… até ser tarde demais para escapar.

Apesar de ser uma fábula (não uma experiência real), esta metáfora descreve com precisão o que acontece com muitas pessoas no seu dia a dia, especialmente no que toca à saúde mental.

A lenta normalização do desconforto

No início é só uma reunião a mais. Depois, umas noites mal dormidas. Mais tarde, aquele aperto no peito, o desânimo que não passa, o cansaço constante, a sensação de que a vida se resume a "aguentar". Mas como estas mudanças são graduais, vamo-nos ajustando, criando estratégias de sobrevivência, racionalizando:

"É só uma fase."
"Não posso queixar-me, há quem esteja pior."
"Eu consigo aguentar."

E, assim, adaptamo-nos à dor até não conseguirmos mais. Mas, só porque se adaptou, não quer dizer que esteja bem!

A mente e o corpo humano têm uma enorme capacidade de adaptação. Mas isso não significa que devam suportar tudo. O risco de "se habituar" a um estado de sofrimento é começar a acreditar que ele é normal ou inevitável.

Mas sentir-se constantemente exausto, irritado, ansioso ou sem motivação não é normal.

Como reconhecer os sinais?

É fundamental desenvolver o hábito de se ouvir. Alguns sinais de alerta:

  • Irritabilidade ou impaciência fora do comum

  • Dificuldade de concentração ou lapsos de memória

  • Cansaço extremo, mesmo após descanso

  • Perda de interesse por atividades que antes gostava

  • Alterações no sono ou no apetite

  • Sensação de estar “desligado” emocionalmente

Estes sintomas não surgem de um dia para o outro. São como a água que aquece aos poucos. Por isso, escutá-los a tempo pode fazer toda a diferença.

Ouça-se. Cuide-se.

Sair da "panela" não é sempre fácil, pode exigir coragem, apoio, e às vezes ajuda profissional. Mas é possível. E é necessário.

Não precisa de esperar até estar a ferver.

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